15 abril 2005

O Cientista

Fui há bocado almoçar ao Mac, aqui ao pé do trabalho. Pedi o meu super menu habitual não esquecendo o molho para batatas. Sentei-me e começei a desembrulhar o hamburguer, ajeitei as batatas para que ficassem contra o vento, porque detesto batatas frias.
Estava já a dar uns golos na minha cola e a preparar o meu aquecimento para o concerto de arrotos pós almoço, quando distraidamente olho para a mesa do lado.
Estava sentado nessa mesa um sujeito daqueles que não vemos todos os dias.
Um homem de ja alguma idade, com o cabelo todo despenteado, com uma camisa às riscas com um bolso a transbordar de canetas e lápis. Por cima da camisa vestia um casaco de malha, com todas as cores e mais algumas. Aquele casaco devia ter sido feito em plena guerra mundial com os restos de vários casacos, só pode. Ele estava bastante concentrado a fazer movimentos com as batatas no ketchup que preenchia o tabuleiro, mas quando digo preencher o tabuleiro, é mesmo uma piscina de ketchup. Felizmente vi alguns filmes onde entravam sujeitos deste tipo, por isso gritei logo:
- VOCÊ SÓ PODE SER CIENTISTA!!! - ao que ele me responde
- Pela soma das situações adjacentes ao meu almoço é natural que você especule essa hipótese verosímil. Mas que é um cientista se não um vulgar homem capaz de multiplicar desejos intelectuais transcrevendo-os sobre fórmulas e igualando-as a uma só constante universal que se resume à existência do próprio ser humano?
- Heeeeeeeeeeiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnn? - Ora bem isto para quem acaba de engolir um bocado de hamburguer e já só pensava no próximo arroto, não está nada preparado para estes discursos. Mas obviamente que "à Varela" consegui dar a volta à situação.
- Meu caro senhor não me venha com esses discursos floridos julgando que a minha idoneaidade nesse ramo não é a suficiente para poder inferir sobre a questão que me coloca. Fique já a saber meu caro senhor, que eu faço parto dos Illuminati, e que as suas meras especulações são já verdades certas para a nossa ordem. E digo-lhe mais, não cabe na cabeça de ninguém fazer tamanha porcaria com o ketchup e brincar às batatas nadadoras-salvadoras em mar vermelho.
E se nesta altura do campeonato você ainda não sabe que já inventaram estojos, também não anda lá muito bem. E olhe esse arco-íris que o persegue diariamente não é uma luz de abençoado, é mesmo o reflexo do seu casaco aberrante.
- Ai o carbono!!!!!
- O que é que foi oh filho do potássio!!
Quando de repente oiço uma outra voz:
- Agarrem-no, se não ele K2O3!
- Mas quem é este enxofre?
- Boas! Eu sou o Capitão Fósforo e Cálcio. E tou aqui para prender esse lunático.
- Mas ele é maluco?
- Ele é o Dr. Naifas e Xisatos, desde que bebeu um liquido feito por ele, que ficou maluco. Peço imensa desculpa pelo sucedido.
- Oh Fósforo, pah é nakela, são ossos do ofício, o que é que se pode fazer.
E assim fui me embora.

2 comentários:

Anónimo disse...

o menino nao e normal...mas pronto esta bem...sssiimmm tem imensa piada...! adr.o horrores

' Claudjinha disse...

grande imaginação!!! Ou aconteceu mesmo... se nao eh imaginação,tens uma vida um tanto ou quanto ficcionada! LOOL mas deve ser bem divertido..