22 abril 2008

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30 maio 2005

A minha vida dava um filme

Vieram me perguntar se eu realmente me tinha atirado da ponte 25 de Abril. Ora bem meus amigos, se eu o tivesse feito provavelmente seria notícia de abertura do jornal da TVI. Alguem me viu a abrir o telejornal com essa notícia? Claro que vocês agora estão a pensar para vocês próprios..com essa? Mas ele abriu com alguma? E eu lá vou ter de confirmar. Ora tudo se passou naquela manhã chuvosa em que o sol queimava que era uma coisa parva. Estava eu a apanhar pinhões e a colher resina das árvores, quando oiço um grito ensurcedor vindo da praia. De imediato corri para lá, para ver o que se passava. Mais uma vez o Willy tinha dado à costa, e eu mais uma vez tive que libertar o Willy das redes que prendiam as barbatanas. Dando origem assim a mais uma série de sucesso intitulada "Libertem o Willy XXII - Na Costa Portuguesa". Depois de este salvamento nunca antes feito na história da humanidade, apenas feito em cinema e com um duplo a fazer de baleia, senti que não podia ter começado melhor o dia. Dirigi-me até à esplanada da praia para beber uma imperial e comer uns tremoços, e assim começar o meu tratamento capilar à base de sol e sal (Sol&Sal). Há medida que ia trincando o tremoço e bebendo da minha imperial, la ia lendo o jornal e cortando as unhas dos pés. Desvio um bocado o olhar para o mar, e vejo uma jovem a acenar-me da água..o mais estranho é que ela ora estava abaixo da água ora aparecia de repente e assim sucessivamente. Na altura só me passou uma coisa pela cabeça, ela devia ser coxa e com os declives da areia dava essa ilusão. Mas não. De repente oiço uma mulher a gritar que a filha se estava a afogar. Então era isso. Como é que eu não tinha percebido. Saí lançado da esplanada e fiz-me ao mar. Nadei um bocado de costas, um bocado mariposa e finalmente um bocado de bruços. Queria pôr a natação em dia. Após uns mergulhos lá consegui trazê-la para terra. Quando a deito na areia, reparo que ela era linda. Ao menos isso, já que lhe tinha de fazer respiração boca a boca. No momento em que o ia fazer, oiço uma voz atrás de mim. "Estás de parabéns jovem, mas agora deixa isso connosco". Quer se dizer, que é isto? Eu é que tive o trabalho todo e eles é que levam o prémio? Felizmente estava um argumentista na praia que mais tarde me ligou a dizer que tinha criado uma série nos EUA baseado no que tinha acontecido com o nome "Marés-Vivas - Prontos para Beijar". Ai ai a minha vida dava um filme.

18 abril 2005

Nossa Senhora das Àguas

Agora uma história.
Lá num país cheio de cor..nasceu um dia uma abelha..bem conhecida pela amizade..pela alegria e a bondade..ai não é esta! Agora a sério :D
Numa floresta encantada, onde viviam muitas árvores e muitos bichinhos, reinava o silêncio. Tudo era calmo. Os animais viviam em perfeita harmonia. Desconheciam apenas o que era a àgua, porque não existia. Eram todos protegidos pela Nossa Senhora e ela dava-lhes tudo o que precisavam.
Quando certo dia um grito nunca antes ouvido na floresta, quebra o silêncio:
- AAAAAIIIIIIIIIIIIII REBENTARAM-ME AS ÀGUAS!!!
Era Nossa Senhora, quem gritava.
Rapidamente os animais foram ter com ela. E ficaram estupefactos com o que viram.
Nossa Senhora jorrava àgua. E ao lado dela estava um Unicórnio e um bébé. Todos eles se emocionaram com o que estavam a ver.
Deixando cair as primeiras lágrimas desde sempre.
- Filhos tenho que vos confessar que isto aconteceu-me por causa de um gesto tão distraído mas tão bonito do Unicórnio. Estava eu a apanhar cogumelos quando oiço o Unicórnio a vir disparado na minha direcção. Nem tive tempo de me endireitar. E ele de parar. E aqui está o vosso novo irmão..Vou chamar-lhe Filho da Àgua. Amem-no como amam a mim, eu que sou a Nossa Senhora das Àguas.
Bem já temos a explicação como surgiu Adão. Vamos avançar um bocado para a frente.
Tinham-se passado 17 anos. Adão era agora já um belo jovem, brincava com os animais e vivia com eles como se fossem todos irmãos. Certo dia Adão estava a comer uma maçã em cima de uma àrvore, quando começa a pensar, a pensar, a pensar.. e.. FAZ-SE LUZ na cabeça dele.
- Falta-me uma morena de olhos verdes, com 1,74m, 60-86-60, e facilmente domesticavel.
E assim saiu a correr de encontro à mãe.
- Oh mãe não achas que já tenho idade para ah e tal..?
- Filho também já tinha pensado nisso, acho que já merecias uma ovelha só para ti.
- Não mãe uma tipo eu!
- Mas qual é a piada? Mas queres que a ovelha faça a barba também?
- Não mãeeeeeee!!! Quero uma mais que tudo. Uma a quem eu chame moncherri. Com quem possa contar as estrelas. E ir para o palheiro..e tal.
- Então e não há nenhuma ovelha que te atraia?
- Oh mãe!! Eu quero uma Eva!
- Mas eu já te vi com uma égua.
- Não mãe uma EVA!!!
- AAAAHHHhhh. Uma morena de olhos verdes, com 1,74m, 60-86-60, e facilmente domesticavel?
- Simmmm!!
- Tens que ir falar com o unicórnio. E pede-lhe isso. Eu já tou pronta pa ir apanhar cogumelos.
- Ok mãe. Vou agora!
- Sim, sim despacha-te.
E assim Adão teve a Eva que desejava. Foram viver para a gruta do Ali-Babá e os 40 Ladrões, onde iniciaram uma vida juntos e deram origem à vida na Terra.
Pensem que outrora um unicórnio deu amor a Adão, e ele e Eva deram-nos a nós. Seria tentado a dizer: "BENDITO CORNO".
The End

15 abril 2005

O Cientista

Fui há bocado almoçar ao Mac, aqui ao pé do trabalho. Pedi o meu super menu habitual não esquecendo o molho para batatas. Sentei-me e começei a desembrulhar o hamburguer, ajeitei as batatas para que ficassem contra o vento, porque detesto batatas frias.
Estava já a dar uns golos na minha cola e a preparar o meu aquecimento para o concerto de arrotos pós almoço, quando distraidamente olho para a mesa do lado.
Estava sentado nessa mesa um sujeito daqueles que não vemos todos os dias.
Um homem de ja alguma idade, com o cabelo todo despenteado, com uma camisa às riscas com um bolso a transbordar de canetas e lápis. Por cima da camisa vestia um casaco de malha, com todas as cores e mais algumas. Aquele casaco devia ter sido feito em plena guerra mundial com os restos de vários casacos, só pode. Ele estava bastante concentrado a fazer movimentos com as batatas no ketchup que preenchia o tabuleiro, mas quando digo preencher o tabuleiro, é mesmo uma piscina de ketchup. Felizmente vi alguns filmes onde entravam sujeitos deste tipo, por isso gritei logo:
- VOCÊ SÓ PODE SER CIENTISTA!!! - ao que ele me responde
- Pela soma das situações adjacentes ao meu almoço é natural que você especule essa hipótese verosímil. Mas que é um cientista se não um vulgar homem capaz de multiplicar desejos intelectuais transcrevendo-os sobre fórmulas e igualando-as a uma só constante universal que se resume à existência do próprio ser humano?
- Heeeeeeeeeeiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnn? - Ora bem isto para quem acaba de engolir um bocado de hamburguer e já só pensava no próximo arroto, não está nada preparado para estes discursos. Mas obviamente que "à Varela" consegui dar a volta à situação.
- Meu caro senhor não me venha com esses discursos floridos julgando que a minha idoneaidade nesse ramo não é a suficiente para poder inferir sobre a questão que me coloca. Fique já a saber meu caro senhor, que eu faço parto dos Illuminati, e que as suas meras especulações são já verdades certas para a nossa ordem. E digo-lhe mais, não cabe na cabeça de ninguém fazer tamanha porcaria com o ketchup e brincar às batatas nadadoras-salvadoras em mar vermelho.
E se nesta altura do campeonato você ainda não sabe que já inventaram estojos, também não anda lá muito bem. E olhe esse arco-íris que o persegue diariamente não é uma luz de abençoado, é mesmo o reflexo do seu casaco aberrante.
- Ai o carbono!!!!!
- O que é que foi oh filho do potássio!!
Quando de repente oiço uma outra voz:
- Agarrem-no, se não ele K2O3!
- Mas quem é este enxofre?
- Boas! Eu sou o Capitão Fósforo e Cálcio. E tou aqui para prender esse lunático.
- Mas ele é maluco?
- Ele é o Dr. Naifas e Xisatos, desde que bebeu um liquido feito por ele, que ficou maluco. Peço imensa desculpa pelo sucedido.
- Oh Fósforo, pah é nakela, são ossos do ofício, o que é que se pode fazer.
E assim fui me embora.

04 abril 2005

Àgua e Trifenes

O ser mais complexo da Terra continua a ser sem dúvida as mulheres. Num dia está tudo bem, elas até se riem e acham piada aos nossos comentários. No dia a seguir, que coincide com a chegada do dito cujo, ficam logo avariadas da cabeça e só pensam em àgua e trifenes. Ora visto que Deus nos fez à sua semelhança, onde é que raios ele foi buscar esta característica delas? À priori os Homens também deveriam ter um correspondente período de insanidade psicológica e inadequação emotiva na sociedade derivada desta fase. Mas não, somos obrigados a conviver com este mau temperamento de tempos a tempos. Mas que é isto? Claro que esta minha curiosidade, levou-me mais uma vez de volta ao meu bunker pessoal onde eu guardo a minha literatura secreta, cobiçada todos os anos pelas mais altas entidades mundiais, como por ex. a NASA e até o Vaticano.
Ora bem, tendo passado 4 dias seguidos sem me deitar enfiado na minha biblioteca, consegui finalmente descobrir como se passava um nível do meu jogo preferido. Ah e também obtive respostas para o que procurava. Este estado de embriaguez psicológica delas é fruto de no séc. II quando El Rei Galiante Zinaida do condado dos Líquidos, decretou que por excesso de fugas ao trabalho de vários homens, por transformações corporais que aparentemente os transformava em mulheres, impedindo-os de trabalhar e ficar assim em casa, que todas as mulheres se apresentassem no palácio para serem marcadas internamente pela ferradura Evax. Este suplício foi de tal forma intenso que a ferida nunca mais sarou. Sangrando de tempos a tempos. E o pior de tudo é que esta tortura prolongou-se de tal forma durante anos, que a marca inseriu-se no código genético do sexo feminino. E isto tudo porque alguns homens não queriam trabalhar.
Agora percebo porque elas dizem que nós é que deviamos ter isto para ver se gostávamos e sentir como lhes custava. Afinal o tempo de mau humor para connosco era derivado de outrora nós termos fugido às nossa obrigações. Felizmente o Jonh Trifene inventou uns comprimidos para redimir e salvar os homens dos seus antigos pecados, e proporcionar um alívio ao sofrimento causado por nós. Bem hajas Trifene!

28 março 2005

Ar Condicionado

Sempre que passava ali numa rua de Benfica, ria para dentro com uma frase feita a spray:
"O ar condicionado mata". Ora dados os acontecimentos recentes não podia tar mais longe da verdade esta afirmação. Ultimamente tenho tido uns problemas com o ar condicionado na empresa, apesar de já terem vindo cá técnicos o problema persiste. Farto desta situação na passada quinta feira de manhã, resolvi entrar pelas condutas do A.C. e tentar perceber o que se passava. Mal começei a deslizar pela conduta começei a sentir-me um Tom Cruise em mais uma Missão Impossível. A diferença é que na televisão parecia bem mais fácil. A medida que avançava o frio aumentava. Gaita! Tinha me esquecido de desligar o A.C. Já andava às voltas pela conduta há mais de meia hora, quando começo a ouvir gritos de festa. Mas que raios ninguém me avisou que alguem fazia anos..resolvi seguir o som para desvendar o aniversariante surpresa. Após umas curvas à direita umas contra-curvas à esquerda, umas rectas, lá começei a chegar próximo do local de onde vinha o barulho. Que espectáculo que me aguardava. Ao fundo do túnel via uma luz. Quando me aproximo vejo duas criaturas com dois palmos diferentes de qualquer animal que eu ja tinha visto. Elas brincavam alegremente, o curioso era o ar que libertavam à medida que brincavam.
- Ola! Eu sou o Pedro - digo eu embaraçado.
- Ola eu sou o Ar.
- E eu sou o Condicionado.
- Voçês é que são o ar condicionado?
- Sim eu o Ar venho do Polo Norte e aqui o Condicionado vêm do Deserto. Os meus puns são de ar frio e os dele de ar quente.
- E quando voçês querem temperaturas normais temo-nos de peidar os dois..para regularizar. Somos inseparáveis um do outro. Daí o nome Ar Condicionado. Não funciona só com o ar ou só com o condicionado tem que ser com o ar e condicionado.
- Fantástico. Então e o que é que tem tado a falhar nestes dias?
- É o Ar que tá doente. Apanhou uma constipação de ar quente.
- Bem então as melhoras. É que agora sou eu que tou doente por causa de ti..e isso causa-me transtorno. Vê la se te orientas.
- Ok. Fica descansado que eu trato do Ar.
- Vê lá isso Condicionado porque faz me falta os puns dele. Ainda por cima vem aí o Verão.
- Tá descansado que quando ele ficar bom, vai se peidar como nunca peidou.
- Ok. Até à próxima.
- Xau. Volta mais vezes! Nunca ninguém vem aqui.
- Eu prometo voltar.

22 março 2005

A cirurgia

Ontem quando fui parar ao serviço de urgências percebi que se calhar não devia estar muito bem..nem se quer imaginei que o meu estado levasse a andar de helicóptero até ao hospital.
Deitado numa maca eu via a um ritmo constante e alucinante as luzes do tecto a passarem por mim. Ouvia gritos angustiantes de dor. Começei então a recear o pior..mas não..ele ainda lá estava..eu sentia-o. Mas então o que eu teria de tão grave. Olhei para o lado e qual é o meu espanto quando vejo duas enfermeiras de cada lado, lindas de pasmar apesar de aparentarem uma deslocação temporal que mais pareciam tiradas de um filme do 007 de há uns anos.
Consegui esboçar um sorriso. Afinal não podia ser assim tão mau. Quando de repente uma olha para mim e diz:
- Tadinho, nem sabe o que lhe aconteceu.
O que me aconteceu?como assim? o que é q afinal me aconteceu..
- Desculpem-me mas o que é que eu tenho?
- Descansa lindo que vais ser sujeito a cirurgia.
- Cirurgia? MAS ALGUÉM SE IMPORTA DE ME DIZER O QUE SE PASSA?
- Boa Tarde, Pedro. Sou o Dr.Gerivásio Metedó, e sou eu que te vou operar.
- Oiça isto é alguma brincadeira? Voçê tem mais nome para carniceiro que médico.
- Pedro voçê ainda está sobre o efeito de sedativos, mas já que tanto insiste, eu vou lhe dizer o que é que tem, ou melhor mostrar. Aqui tem um espelho.
Fiquei em estado de choque. Que imagem era aquela. Quem é que o espelho estava a reflectir. Não podia ser eu. Levei então a mão à cabeça e senti o que já tinha observado. Alguem tinha cortado aos zigzagues...............................................O MEU CABELO.
Entrei em estado de choque e desmaei.
(To be Continued)