10 março 2005

Avestruz Din Dlão

Fui à bomba da Concha (Shell) só naquela de ah e tal, não tenho tabaco deixa lá ir comprar.
Estava calmamente a andar para a porta,quando olho para a caixa de multibanco. Estava um homem bem parecido, a falar com a caixa. Resolvi aproximar-me para o escutar.
- Avestruz Din Dlão, anda cá. Estás a ouvir? Olha que o papá irrita-se.
Isto há com cada maluco, pensei eu. Quando de repente oiço uma voz vinda de dentro da máquina.
- Não quero ir. Chamaste-me de espanador andante. És um insensível.
Eu não queria acreditar, mas porque é que estas coisas só acontecem a mim. Claro que depois ninguém acredita, e acham que eu estou a inventar.
- Din Dlão não me obrigues a desmontar a máquina.
Aquilo já era ridículo. Resolvi intrometer-me.
- Oiça lá, não acha que está um bom dia?
- Realmente está.
- E então a máquina não tem dinheiro é?
- Por acaso não mas não tarda a ficar cheia de penas.
- Ah! Então se calhar é melhor ir levantar noutro lado.
- É melhor é, que ainda vai haver aqui um homicídio qualificado.
- Ah tou a ver. Voçê é caçador?
- Não, sou Electricista tou aqui a arranjar a máquina que ela está avariada.
- Mas eu ouvi voçê a falar com uma avestruz..
- Ah!Ah! Isso sou eu que trato as máquinas assim.
- E a voz que veio de lá dentro? Hein? Va..Va..não respondes!
- Eu nos tempos livres dou espectáculos de ventriloquismo e costumo praticar enquanto trabalho.
- Ah sendo assim, diga-me lá onde é a casa de banho sff que tenho mesmo de ir mudar a água às azeitonas.
- Com certeza, é já acolá, depois da curva ali.
- E não há nenhuma aqui?
- Não só lá.
- E vou por onde?
- Por ali adiante.
- Olhe esqueça já não fui a tempo. Fiz mesmo aqui.
- Então já não vá acolá depois da curva ali porque essa também estava avariada.
- Olhe, obrigado na mesma. Bom dia.
- Realmente está.

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