03 março 2005

Porque a vida não é só rir

Às vezes quando procuramos sem rumo o desaguar das nossa dúvidas, acabamos por entrar em mares profundos de ilusão. Procuramos aquele nosso espaço outrora do ninho onde sabemos sempre que estamos protegidos. Eu vejo as tuas cores verdadeiras a perfurarem-me o pensamento, e sinto-me petrificado. Não tenhas medo de as mostrar. Ao mesmo tempo o medo invade-me. A emoção da incerteza controla-me. Consegues sentir? Deixo a realidade para trás e tenho o céu como limite. Atravesso as nuvens e sinto o frio. Deixo fugir as primeiras lágrimas e sorrio. Sinto-me leve. Sinto o céu como um todo em mim. Quero gritar e dizer que estou vivo, mas não consigo. Desço um pouco. Tenho o mar por baixo de mim. Estico a mão. Sinto a água entre os dedos. O sol já se esconde. O reflexo abraça as ondas. Sinto-o a chamar-me. Como é que o posso negar. É o único que me conhece bem. Mas reconheces-me agora? Sou só um espaço vazio. Não sou o que era. Noite onde andas tu? Vem me esconder. Que eu tenho que partir. As lágrimas vieram para ficar. E agora quero dormir. Boa noite amigo, e obrigado por me ouvires.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem construído! Sim senhor!

P.P.